Biografia |
VITOR
MATEUS TEIXEIRA – Teixeirinha
- nasceu na cidade de Rolante, distrito de Mascaradas, Rio Grande do
Sul, em 03 de março de 1927. Filho de Saturno Teixeira e Ledurina
Mateus Teixeira, teve um irmão e duas irmãs. Aos seis anos de idade perdeu o pai e aos nove anos a mãe, então, órfão foi morar com parentes, mas, estes como não tinham condições de sustentá-lo, para sobreviver saiu pelo mundo a fora fazendo de tudo um pouco, desde carregar malas em portas de pensões, entregar viandas, até vender jornais e doces como ambulante. Com dezesseis anos de idade fez sua certidão de nascimento. Aos dezoito anos se alistou no Exército, mas não chegou a servir e, nesta ocasião foi trabalhar no DAER (Departamento de Estradas de Rodagem/RS), como operador de máquinas durante seis anos. Dali saiu para tentar a carreira artística cantando nas rádios das cidades do interior, como Lajeado, Estrela, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul e, nesta última conheceu sua esposa Zoraida Lima Teixeira, com quem casou em 1957. Inicialmente foram morar em Soledade e, em seguida se mudaram para Passo Fundo, onde compraram um “Tiro ao Alvo”, uma espécie de barraca para sorteio de brindes, que era cuidado por ele e sua esposa. À noite Teixeirinha se apresentava na Rádio Municipal de Passo Fundo, cantando e fazendo seus versos de improviso. Vitor e Zoraida nunca se separaram e desta união nasceram às filhas Nancy Margareth, Gessi Elizabeth, Fátima Lisete e Márcia Bernadeth, com as quais o artistas dividiu toda sua vida pessoal e artística. Em 1959 foi convidado para gravar em São Paulo seu primeiro 78RPM; com as músicas: “Xote Soledade” e “Briga no Batizado”. Segundo o depoimento do diretor artístico da época e, também advogado da Gravadora Chantecler, Dr. Biaggio Baccarin, o início do sucesso de Teixeirinha é inesquecível: “A sigla PTJ, no 78 RPM, abrigava três nomes: Palmeira, Teddy e Jairo, então diretores da Chantecler e fundadores do selo sertanejo. Como se constata, “Coração de Luto” ocupou o lado “B” do quarto disco gravado por Teixeirinha, o qual foi lançado sem qualquer preocupação de sucesso, no entanto aconteceu espontaneamente após seis meses de seu lançamento. As primeiras reações vieram de Sorocaba/SP e em pouco tempo já era sucesso nas demais cidades da região. Foi nessa ocasião que a gravadora Chantecler resolveu trazer o cantor para São Paulo a fim de trabalhar o disco, cujo trabalho teve início com um show na cidade de Sorocaba/SP e, posteriormente, nas demais cidades do Estado de São Paulo, até o triângulo mineiro. O sucesso aconteceu em todo o Brasil, com venda superior a um milhão de cópias no ano de 1961. Um acontecimento inédito na história da música popular brasileira. Para se ter ideia deste fato, o disco Coração de Luto chegou a ser vendido no câmbio negro em Belém do Pará, havia fila para comprá-lo. A gravadora não tinha condições de atender aos pedidos e era obrigada a distribuir cotas para cada loja. “O fato de Belém do Pará foi registrado pelo saudoso Edgard Pina, então agente da Chantecler, naquela capital”. Teixeirinha voltou a Passo Fundo, vendeu o “Tiro ao Alvo”, e se mudou para Porto Alegre. Foi chamado novamente pela Chantecler, desta vez para morar na capital paulista e continuar a divulgação do sucesso de “Coração de Luto”, no entanto, recusou domiciliar-se em São Paulo, retornando para a capital gaúcha. Com o dinheiro que ganhou na excursão a São Paulo, comprou uma casa, no bairro da Glória em Porto Alegre, onde viveu toda sua vida, e uma Kombi para excursionar por todo o Brasil. Então, definitivamente Teixeirinha assumiu a carreira artística, passando a trabalhar em circos, parques, teatros, cinemas e demais casas de espetáculos. Como o próprio cantor relatou em uma de suas últimas entrevistas à imprensa: “... onde o povo me pediu para estar, eu fui...” (RBS/TV- julho/1985). Teixeirinha começou a viajar para todo o Brasil conhecido como o “Gaúcho Coração do Rio Grande”. Em 1963, ganhou o troféu “Chico Viola”, outorgado pela TV Record de São Paulo -“Astros do Disco” - um programa de gala da televisão brasileira, que tinha por objetivo premiar os melhores do disco de cada ano, Teixeirinha ganhou por ter sido o cantor campeão de vendagem por dois anos consecutivos, em 1962/1963. Internacionalmente ganhou o troféu “Elefante de Ouro” com a maior vendagem de discos em Portugal. A música “Coração de Luto” vendeu mais de vinte e cinco milhões de cópias, é a única no mundo, mais vendida superando cantores como Michael Jackson, Julio Iglesias, cantores contemporâneos de grande vendagem de discos, mas não de uma única música, como o caso de “Coração de Luto”, que continua na cotação de uma das músicas mais executadas. Em 1964, Teixeirinha escreveu o argumento do filme “Coração de Luto”, que foi produzido por Derly Martinez, através da Leopoldis Som, em 1966, outro recorde de bilheteria. Em 1969, foi protagonista no filme “Motorista Sem Limites”, tendo no elenco nomes como Walter D’Avila e Jimmy Pipiolo, produzido por Itacir Rossi. Em 1970 criou sua própria produtora, “Teixeirinha Produções Artísticas Ltda, pela qual escreveu, produziu e distribuiu dez filmes: “Ela Tornou-se Freira” (1972); “Teixeirinha, 7 Provas”(1973); “Pobre João” (1974); “A Quadrilha do Perna Dura” (1975); “Carmem a Cigana (1976); “O Gaúcho de Passo Fundo”(1978) ; “Meu Pobre Coração de Luto”(1978); Na trilha da Justiça (1978); “Tropeiro Velho” (1980); “A Filha de Iemanjá” (1981). Durante vinte anos, apresentou programas de rádio diariamente com duas edições: “Teixeirinha Amanhece Cantando” (de manhã) e “Teixeirinha Comanda o Espetáculo” (à noite) e, aos domingos pela manhã tinha o programa “Teixeirinha Canta para o Brasil”, com transmissão da capital gaúcha para o interior e outros estados brasileiros. Recebeu nove discos de ouro, foi cidadão emérito de vários municípios como Passo Fundo, Santo Antônio da Patrulha, Rolante e etc. Em 1973 foi contratado para fazer quinze apresentações nos Estados Unidos da América. Em 1975 foi para o Canadá, onde realizou dezoito espetáculos. Fez shows na maioria dos países da América do Sul. Durante vinte e dois anos de carreira Mary Terezinha lhe acompanhou com o acordeom em shows, rádio e cinema. Gravou 49 LP’s inéditos, somando mais de 70 LP’s, incluindo regravações, que atualmente estão sendo reeditados em disco laser; gravou mais de 758 músicas de sua autoria, deixando um acervo superior a 1.200 composições, incluindo algumas inéditas. Teixeirinha, de outros relacionamentos, ainda teve os filhos: Sirley Marisa; Líria Luisa; Victor Filho; Alexandre e Liane. Teixeirinha faleceu dia 04 de dezembro de 1985, e está sepultado no Cemitério da Santa Casa, quadra n.4, túmulo n.4, na capital gaúcha. (Fundação Vitor Mateus Teixeira) |